Resumo: |
Na disputa eleitoral, independentemente do cargo, os candidatos apostam nas propagandas
eleitorais para a conquista do voto. Bem elaboradas e caras, elas buscam convencer o eleitor e, ao
mesmo tempo, formar opinião acerca de suas plataformas de governos. Se o discurso utilizado já
era considerado uma das ferramentas para manipular a opinião pública, nos dias atuais, ele se aliou
às tecnologias, passando a utilizar dados tais como as preocupações, preferências e oposições dos
eleitores, adquiridos nas redes sociais através da inteligência artificial. Essas novas ferramentas podem
influenciar uma campanha eleitoral, sobretudo, quando o impulsionamento de conteúdo tem previsão
legal? O julgamento da representação eleitoral que condenou Fernando Haddad e a Coligação O Povo
Feliz de Novo, em análise com a doutrina relativa ao tema, revela a possibilidade de implicações mais
profundas, não apenas atinentes às eleições, mas dedicadas à construção da democracia. As novas
tecnologias baseadas em dados, fornecidos pelos próprios usuários, podem fazer nascer uma opinião
pública irreal, induzida, forjada? Ou, ao contrário, trarão maiores possibilidades de discernimento ao
eleitor? O estudo do caso requer a análise de legislações relativas aos direitos digital, constitucional e
eleitoral, além de interdisciplinaridade com disciplinas como sociologia e psicologia.
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