Resumo: |
Procuro identificar a sub-representação de mulheres negras (pardas e pretas) na política brasileira, a
partir da composição do poder local representado pelas Câmaras Municipais, e responder a seguinte questão: quais
as diferenças no perfil sociopolítico das mulheres negras (pretas e pardas) na esfera eleitoral em comparação com
mulheres brancas? Foi utilizado o repositório de dados do TSE, referente as eleições de 2016 e 2020. O recorte da
análise considerou as eleitas para o cargo de vereadora, em três categorias raciais, brancas, pardas e pretas. Sendo
que os dados foram tabulados a partir dos seguintes marcadores: município, estado, raça, gênero, estado civil, idade,
escolaridade, partido e ideologia partidária. O modelo de análise utilizado foi o método descritivo. Não obstante o
Brasil ser um país com predominância negra, nas eleições de 2016 e 2020 mais de 50% das vereadoras eleitas eram
mulheres brancas, o que pode indicar que o racismo atua como um obstáculo adicional à inserção de mulheres negras
nos espaços decisórios, em especial as mulheres pretas. As mulheres, em geral, estão sub-representadas nos espaços de
poder, devido aos obstáculos que lhes são impostos dentro e fora das estruturas partidárias. Entretanto, a desagregação
dos dados por indicadores de raça e gênero, visibiliza a exclusão das mulheres negras nos espaços de poder, apesar
de constituírem o maior grupo demográfico representando 28% do total da população brasileira.
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