O paradoxo do conceito de representação política

Traz uma reflexão sobre o conceito e a prática da representação política, suas possibilidades e seus limites, especialmente trazendo à discussão o paradoxo lógico inerente à relação entre representados e representantes. Retoma o clássico livro de Hanna Pitkin (1967), no qual, partindo da etimologia...

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Autor principal: Reis, Antonio Carlos Alkmim dos
Tipo de documento: Artigo
Idioma: Português
Publicado em: 2017
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Resumo: Traz uma reflexão sobre o conceito e a prática da representação política, suas possibilidades e seus limites, especialmente trazendo à discussão o paradoxo lógico inerente à relação entre representados e representantes. Retoma o clássico livro de Hanna Pitkin (1967), no qual, partindo da etimologia e da história do conceito, refere-se aos tipos por ele engendrados para a atividade política, segundo a perspectiva liberal, alicerçada na democracia representativa. O contraponto crítico parte de Rousseau, com a centralidade do conceito de vontade política, e reúne posteriormente autores do campo da democracia direta em suas vertentes à esquerda, como os argumentos apresentados em um artigo de Paul Sartre e em considerações do pensador anarquista Lysander Spooner. Toma-se o breve exemplo histórico da Comuna de Paris, como um momento que propiciou uma reflexão de Marx sobre esta questão. Nas considerações finais, avalia-se a hipótese recorrente de que os princípios da representação seriam complementares. O paradoxo da representação sugere, a partir dos seus princípios lógicos e normativos que os procedimentos políticos podem até sobrepor-se, mas parecem ser sobretudo distintos e contrários. Representação e participação não seriam complementares, mas contrapostos.