Entre a imprensa e o teatro : a defesa do sufrágio feminino no jornal A Família (1888-1890) e na peça O voto feminino (1890)

A política institucional não era lugar para mulheres até 1932, quando o código eleitoral instituiu o voto feminino no Brasil. Entretanto, antes de tal conquista, no contexto da abolição da escravidão e de instauração da República, Josefina Álvares de Azevedo tornou-se figura importante na luta pelo...

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Autor principal: Campoi, Isabela Candeloro
Tipo de documento: Outro
Idioma: Português
Publicado em: 2017
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Resumo: A política institucional não era lugar para mulheres até 1932, quando o código eleitoral instituiu o voto feminino no Brasil. Entretanto, antes de tal conquista, no contexto da abolição da escravidão e de instauração da República, Josefina Álvares de Azevedo tornou-se figura importante na luta pelo sufrágio feminino. Responsável pelo jornal A Família ela se valeu da palavra escrita para defender suas ideias, questionando o status das mulheres brasileiras de então. Naquela conturbada conjuntura de mudança de regime, de debates políticos, a imprensa funcionou como veículo de propaganda do sufragismo no Brasil. Da mesma forma diante da recusa do alistamento eleitoral feminino, Josefina escreveu a peça O voto feminino encenada no Rio de Janeiro, capital da República recentemente proclamada e que negou a participação política institucional às mulheres. A proposta desta comunicação é apresentar os resultados da pesquisa que analisou as edições do jornal A Família entre 1888 e 1890. Editora e demais articulistas do periódico expressavam suas concepções sobre o papel feminino na sociedade, questionando as limitações impostas às mulheres naquele final de século. Certamente as concepções de gênero articuladas no decorrer do século XIX restringiram os espaços considerados adequados às mulheres, no entanto, no final desse período a chamada primeira onda feminista, mesmo que com força e resultados desiguais, atingiu vários países do Ocidente e sua principal bandeira era a extensão do direito de voto às mulheres. No Brasil a agitação contextualizada pela proclamação da República fortaleceu o movimento feminista em defesa do sufrágio e Josefina Álvares de Azevedo despontou como importante articuladora desse debate na imprensa.