Do lulismo ao antipetismo? Polarização, partidarismo e voto nas eleições presidenciais brasileiras
O debate recente sobre identificação partidária e comportamento eleitoral no Brasil vem apontando para a crescente importância do posicionamento dos eleitores com respeito aos principais partidos presidenciais - PT e PSDB - na escolha dos candidatos à presidência. Neste artigo, procura-se contribuir...
Principais autores: | Borges, André, Vidigal, Robert Lee |
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Outros Autores: | Tribunal Superior Eleitoral |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | Português |
Publicado em: |
2018
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Assuntos: | |
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Resumo: |
O debate recente sobre identificação partidária e comportamento eleitoral no Brasil vem apontando
para a crescente importância do posicionamento dos eleitores com respeito aos principais partidos
presidenciais - PT e PSDB - na escolha dos candidatos à presidência. Neste artigo, procura-se
contribuir para a literatura colocando em questionamento diagnósticos recentes com respeito à
polarização do sistema partidário presidencial. De acordo com a hipótese da polarização, a competição
eleitoral entre PT e PSDB levou a uma crescente divisão do eleitorado em dois blocos claramente
diferenciados e polarizados. Argumentamos que esta hipótese se apoia em bases teóricas e empíricas
frágeis. Não obstante a crescente importância dos sentimentos partidários na determinação do
comportamento dos eleitores no pleito presidencial, os resultados das análises descritivas e modelos
estatísticos multivariados com base nos surveys do Estudo Eleitoral Brasileiro (Eseb) realizados nos
anos de 2002, 2006, 2010 e 2014 demonstram que não há evidências de que tal movimento estaria
associado a um aumento da polarização partidária de massa. Pelo contrário, observamos que as
diferenças ideológicas e de opinião entre petistas e tucanos são de pequena monta e, além disso,
encontramos evidências de uma crescente convergência ideológica entre os vários segmentos do
eleitorado ao longo do tempo. |
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