Resumo: |
A partir de 2006, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tornou
públicas, por meio digital, as prestações de contas de candidatos, partidos
e comitês, houve um crescimento significativo no volume de trabalhos
que analisam o financiamento de campanhas no Brasil. Todavia, com o
protagonismo assumido pelas empresas, a importância e o impacto das
demais receitas têm sido pouco abordados. O objetivo aqui é preencher parte dessa lacuna, detalhando o quanto cada uma das fontes de recurso
contribui para o total arrecadado e quanto os competidores diferem-se
em volume de financiamento. Para isto, foram analisadas as contas
eleitorais de candidatos à Câmara dos Deputados nas eleições gerais de
2010 e 2014. Metodologicamente, conjugou-se estatística descritiva e
testes de diferenças de médias. Os resultados indicam que o desempenho
eleitoral está associado não somente ao volume de receitas, mas também
à elevada presença de alguns tipos de doadores, como pessoas jurídicas
e partidos. O posicionamento em relação ao governo federal, entretanto,
afeta o montante arrecadado, mas não é um bom critério para avaliar a
forma com que os candidatos são financiados.
|