Partido dominante ou multipartidarismo moderado? Testando uma hipótese consolidada sobre o sistema partidário de São Paulo (1946-1964)

Na literatura especializada, consolidou-se a tese de que, no período de 1946 a 1964, o sistema partidário de São Paulo apresentou um perfil consideravelmente diferente daquele que se delineou no âmbito nacional. Em São Paulo, o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) teria sido um partido inexpressivo,...

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Principais autores: Peres, Paulo Sergio, Conceição, Bruno da Silva
Outros Autores: Tribunal Superior Eleitoral
Tipo de documento: Artigo
Idioma: Português
Publicado em: 2019
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Resumo: Na literatura especializada, consolidou-se a tese de que, no período de 1946 a 1964, o sistema partidário de São Paulo apresentou um perfil consideravelmente diferente daquele que se delineou no âmbito nacional. Em São Paulo, o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) teria sido um partido inexpressivo, e o Partido Social Democrático (PSD) e a União Democrática Nacional (UDN) tiveram pouca densidade eleitoral. Assim, teria se estabelecido um sistema com um partido largamente dominante, o Partido Social Progressista (PSP). Nosso objetivo neste texto é revisitar de maneira mais rigorosa essa tese. Para tanto, analisamos comparativamente a evolução do sistema partidário nos níveis municipal, estadual e nacional, considerando a série histórica das votações para presidente, governador, prefeito, deputado federal, deputado estadual e vereador, assim como o número efetivo de candidaturas e partidos e o índice de volatilidade eleitoral. Recorrendo a dados mais amplos do que aqueles que foram utilizados pela literatura de referência e a indicadores de desempenho sistêmico, demonstramos que a configuração do quadro partidário nesses níveis de disputa aponta para uma complexidade maior do que a descrita pelos analistas anteriores. De fato, o sistema partidário em São Paulo, seja no distrito estadual ou municipal, evoluiu para o pluripartidarismo moderado.