A exceção seria norma : governos de coalizão em um Reino Unido com eleições proporcionais

O Reino Unido tem, hoje, sua primeira coalizão de governo desde a Segunda Guerra Mundial e, no período, teve apenas um governo minoritário. A formação de gabinetes majoritários de partido único não se deve às preferências dos eleitores e, sim, ao sistema eleitoral uninominal, que vem sobrerrepresent...

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Autor principal: Reis, Guilherme Simões
Outros Autores: Tribunal Superior Eleitoral
Tipo de documento: Artigo
Idioma: Português
Publicado em: 2020
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spelling oai:bdjur.stj.jus.br.col_bdtse_4134:oai:localhost:bdtse-72802024-10-14 A exceção seria norma : governos de coalizão em um Reino Unido com eleições proporcionais Reis, Guilherme Simões Tribunal Superior Eleitoral Sistema eleitoral Representação proporcional Partido político Eleições Sistema partidário Reino Unido O Reino Unido tem, hoje, sua primeira coalizão de governo desde a Segunda Guerra Mundial e, no período, teve apenas um governo minoritário. A formação de gabinetes majoritários de partido único não se deve às preferências dos eleitores e, sim, ao sistema eleitoral uninominal, que vem sobrerrepresentando Trabalhistas e Conservadores e sub-representando Liberal-Democratas. A simulação da conversão de votos em cadeiras nas últimas sete eleições - de 1983 a 2010 -, utilizando-se o sistema proporcional (fórmula D'Hondt, um único distrito eleitoral, a mesma votação para cada partido), mostra que a correlação de forças seria muito diferente e que inevitavelmente a formação de coalizões ocorreria com frequência, ao invés de ser uma exceção. O elevado nível de desproporcionalidade sub-representa também muitos outros partidos, que, se tivessem mais força, poderiam dar maior destaque a outras clivagens no sistema político britânico, como o regionalismo, o ambientalismo e a União Europeia. Dois partidos eurocéticos e de direita, UKIP e BNP, crescem a cada eleição e já são o quarto e o quinto mais votados, mas seguem sem jamais eleger um parlamentar, devido ao sistema eleitoral adotado. Se Trabalhistas e Conservadores seguirem sem formar maiorias, os Liberal-Democratas continuarão sendo o pivô capaz de escolher com quem formar o governo, mesmo sendo apenas o terceiro partido mais votado. 2020-09-28T20:15:57Z 2020-09-28T20:15:57Z 2012 Artigo REIS, Guilherme Simões. A exceção seria norma: governos de coalizão em um Reino Unido com eleições proporcionais. Paraná Eleitoral: revista brasileira de direito eleitoral e ciência política, Curitiba, v. 1, n. 3, p. 205-223, 2012. http://bibliotecadigital.tse.jus.br/xmlui/handle/bdtse/7280 pt_BR Paraná eleitoral : revista brasileira de direito eleitoral e ciência política : vol. 1, n. 3 (2012) http://bibliotecadigital.tse.jus.br/xmlui/handle/bdtse/7277 <a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/deed.pt_BR"><img alt="Licença Creative Commons" style="border-width:0" src="https://i.creativecommons.org/l/by-nc/4.0/88x31.png" /></a><br />Este item está licenciado com uma Licença <a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/deed.pt_BR">Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional</a>. 19 p.
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Reis, Guilherme Simões
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