Resumo: |
A modernidade política emerge a partir de contratos sociais excludentes,
que relegam à mulher ao espaço privado, devido a supostas sensibilidades, afetos
e inclinações ao lar. Partindo do pressuposto que esse imaginário é reproduzido e
atualizado, mesmo longe do seu local de origem (o mundo europeu), o trabalho
indaga: como se comportam, na disputa eleitoral, as mulheres que reivindicam
a participação no espaço público da política? Que estilos de liderança política
constroem aquelas das quais não se espera que sejam líderes? O corpus é composto
pelas propagandas eleitorais de seis campanhas presidenciais brasileiras, a saber:
Heloísa Helena (2006); Dilma Rousseff (2010, 2014); Marina Silva (2010;
2014) e Luciana Genro (2016). A metodologia utilizada alia análise do discurso
à perspectiva de gênero. Reflete-se sobre os resultados encontrados a partir de
teorias feministas, concluindo que as estratégias eleitorais promovem o ingresso
subordinado das mulheres na política.
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