Resumo: |
Busca produzir aproximações teóricas, empíricas e metodológicas à questão do voto de classe nas eleições brasileiras. Para tanto, parte de uma revisão de literatura sobre clivagens sociais e voto no Brasil contemporâneo. Nela, demonstra-se como estabelecimento o de uma agenda de pesquisa que privilegiou outras variáveis para explicar as interseções entre clivagens sociais e política - especialmente o impacto eleitoral de programas sociais - eclipsou o debate sobre voto de classe. Em seguida, evidencia as dificuldades inerentes à adaptação de tipologias sociológicas de análise de classe aos bancos de dados advindos de pesquisas sobre comportamento político, especialmente o Latinobarómetro e o ESEB. Por fim, expõe resultados de uma pesquisa sobre voto de classe nas eleições presidenciais brasileiras entre 2002 e 2010. Com base em procedimentos de inferência ecológica, demonstra-se a ocorrência de três padrões: contraposição às candidaturas do PT, por parte dos eleitores em localizações de classe privilegiadas, e adesão da classe trabalhadora ampliada; mudança de posição, favorável às candidaturas petistas, dos eleitores economicamente destituídos a partir da eleição de 2006.
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