| Resumo: |
As mídias sociais tornaram visíveis debates políticos anteriormente mais restritos à esfera privada. Conflitos que antes eram mapeáveis apenas com grandes recursos de pesquisa, hoje podem ser acessados, por exemplo, por meio da observação em mídias sociais. É notável também que parte significativa do engajamento político atual se dê em ambiências online, que mantém rupturas e continuidades com a política feita por atores tradicionais; tais como partidos, políticos profissionais, movimentos sociais e instituições políticas. Neste cenário, é expressivo o crescimento do ativismo online voltado a mudanças na cultura política e pautadas pelo combate a variadas formas de opressão de gênero, sexualidade, raça ou classe. Trata-se de um engajamento que visa não exclusivamente confrontar ou se conectar aos mecanismos formais da política, mas que logra principalmente gerar e fomentar mudanças comportamentais na sociedade. A intersecção entre as redes e as ruas, entre as ações online e as dinâmicas políticas é um fenômeno intenso e perceptível nas sociedades contemporâneas. O que nos leva a afirmar, junto com outros autores (Hine, 2015), que não há fronteira dividindo o 'mundo real' do 'mundo online'. O objetivo deste texto é contribuir para a conceitualização do tipo de ação política que ocorre nessas ambiências online. Para isso, articulam-se aqui dois campos de conhecimento sobre as potencialidades comunicacionais e organizativas das mídias sociais: de um lado, o conhecimento acumulado nas teorias dos movimentos sociais, e de outro, o conhecimento acumulado nas teorias da comunicação.
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