Resumo: |
A literatura em ciência política tem demonstrado que nos países que
adotam o sistema eleitoral de lista aberta o voto se encontra centrado na pessoa
do candidato (Carey e Shugart, 1995; Samuels, 1997; Nicolau, 2002), razão pela
qual o candidato tem poucas razões para deixar que o partido determine suas
estratégias de campanha (Samuels, 1997). Contudo, não se pode conceber como absoluto o individualismo
demonstrado pela literatura, e uma das maneiras de se verificar empiricamente
como o Partido Político, enquanto ator racional, age estrategicamente limitando
os seus candidatos, é através da análise dos votos de legenda. Para o presente
estudo, foi escolhido o Partido Socialismo e Liberdade, por ser um partido
relativamente jovem na arena eleitoral e que tem crescido, conforme se
observará a partir da análise da Eleições para Deputado Federal em 2006, 2010
e 2014. A hipótese é de que há uma variação nas estratégias do Partido, de
acordo com o cargo, o local e o candidato e de que, em termos gerais, à medida
que o partido cresce, diminui seus votos de legenda, o que indica maior
concentração de votos nos candidatos, porém vinculada à atuação partidária no
pleito eleitoral.
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