Resumo: |
Busca (re)construir considerações especificamente relacionadas a um nível teórico da "a
democracia na ausência das mulheres" (MATOS, 2009) agora num contexto mais ampliado para embasar a discussão
sobre um conjunto de 18 países da América Latina e Caribe, tentando (re)construir as pontes entre os temas mais
amplos da política, das suas mediações reflexivas com as discussões econômicas e sócio-materiais, assim como
simbólico-culturais, articulando-as ao resultado empírico de um trabalho de pesquisa sobre tais países. Na primeira
seção discutimos o conjunto de teorias que têm tratado do tema das mulheres no espaço da representação política
contemporânea: (1) de teorias sociológicas da modernização, aquelas que dão relevo às transformações de cunho sóciomateriais
e simbólico-culturais e entendem que as sociedades contemporâneas estariam passando de uma fase
materialista para outra "pós-materialista"; (2) de teorias institucionalistas que reforçam as discussões a respeito do
desenho de regras vigentes em um determinado sistema político-eleitoral como sendo determinantes da
subrepresentação feminina. Na seqüência apresentamos uma perspectiva feminista recente (de Nancy Fraser e Iris
Young) que, por sua vez, enfatiza a necessidade de compreensão, em simultaneidade, de três dimensões de promoção
de justiça de gênero: redistribuição, reconhecimento e representação política. Ao final tecemos brevíssimas
considerações finais a respeito da premência de se tratar o tema da representação política feminina no contexto latinoamericano
a partir de estratégias renovadas, tanto em termos de recortes teórico-analíticos quanto na perspectiva de
metodologias que sejam suficientemente potentes para se compreender as complexidades que estão aqui envolvidas.
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