Participação política não eleitoral na Argentina e no Brasil : (O que) mudou nas últimas décadas?

Traz um estudo sobre um tema importante para a qualidade da democracia, especialmente para novas democracias, como são o Brasil e a Argentina, qual seja, a participação política não eleitoral, materializada em abaixo-assinados, manifestações, greves, boicotes e atividade partidária. Distintas teoria...

ver mais

Autor principal: Cantoni, Stefania Lapolla
Outros Autores: Moisés, José Álvaro
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: Português
Publicado em: São Paulo 2020
Assuntos:
Obter o texto integral:
id oai:bdjur.stj.jus.br.col_bdtse_4136:oai:localhost:bdtse-7332
recordtype tse
spelling oai:bdjur.stj.jus.br.col_bdtse_4136:oai:localhost:bdtse-73322024-11-19 Participação política não eleitoral na Argentina e no Brasil : (O que) mudou nas últimas décadas? Cantoni, Stefania Lapolla Moisés, José Álvaro Tribunal Superior Eleitoral Participação política Democracia Cultura política Brasil Argentina Traz um estudo sobre um tema importante para a qualidade da democracia, especialmente para novas democracias, como são o Brasil e a Argentina, qual seja, a participação política não eleitoral, materializada em abaixo-assinados, manifestações, greves, boicotes e atividade partidária. Distintas teorias buscam entender os determinantes que levam os indivíduos a se envolverem nesses modos de participação, dentre os quais destacam-se as características individuais, a cultura política, a experiência com o sistema político e a racionalidade da ação. Diante disso, o objetivo é investigar a dinâmica da participação política desses países nos últimos vinte anos, visando explicar como se relacionam fatores sociodemográficos, políticos, econômicos e de cultura política com as diferentes modalidades de participação, assumindo-se que qualquer mudança que mexa nesse conjunto de fatores, junto com o funcionamento efetivo da democracia, afeta também as percepções e comportamentos dos indivíduos, fornecendo as bases para uma reaproximação dos cidadãos com o sistema politico e tornando-os mais críticos acerca do que demandam da democracia. Para isso, no primeiro capítulo revisa-se o debate teórico a respeito dos condicionantes da participação, lançando mão das abordagens clássicas da cultura política e daquelas que defendem uma mudança rumo a sociedades pós-materialistas, críticas e comprometidas politicamente; das perspectivas que focam nos fatores político-institucionais; das abordagens que levam em conta os recursos para participar; e da teoria da escolha racional. Reconhecendo a necessidade de se considerar a realidade das sociedades onde a participação política ocorre, no segundo capítulo identificam-se características da cultura política local e as principais mudanças estruturais ocorridas. Utilizando dados produzidos pelo projeto World Values Survey, no terceiro capítulo analisa-se empiricamente - por meio de regressão logística - como um conjunto de fatores afeta a participação em 1991, 2006 e 2013. Sem encontrar diferenças significativas entre Argentina e Brasil, foram destacados quatro pontos principais. Verificou-se a importância da educação, o interesse político e o pós-materialismo em todos os tipos de participação, o que apresenta um cenário promissor uma vez que ambos os países tendem cada vez mais à universalização da educação, fator desencadeante de um círculo virtuoso. Ainda, apesar do aumento das capacidades e a diminuição dos custos para participar, ao olhar para as motivações confirmamos a necessidade de se considerar as expectativas quanto ao funcionamento institucional, que encorajam ou desestimulam o comportamento, sendo que o bom desempenho da democracia aumenta as chances de o indivíduo participar. Terceiro, à exceção da atividade partidária, são os jovens nascidos em democracia que participam mais, e apesar de existirem várias particularidades que não se encaixam nos modelos teóricos tradicionais, confirma-se uma mudança na cultura política que traz boas notícias para a qualidade da democracia. Finalmente, a despeito de a educação, o interesse e as preferências ideológicas - especialmente de esquerda - afetarem positivamente todas as modalidades de participação, verifica-se que há diferenças entre elas, sendo que os abaixo-assinados e as manifestações foram as melhor explicadas pelos nossos modelos, sugerindo que nos outros tipos pesaram mais os fatores contextuais. 2020-10-02T21:45:02Z 2020-10-02T21:45:02Z 2016 2016-09-02 Dissertação CANTONI, Stefania Lapolla. Participação política não eleitoral na Argentina e no Brasil: (O que) mudou nas últimas décadas?. 2016. 145 f. Dissertação (Mestrado Ciência Política) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016. http://bibliotecadigital.tse.jus.br/xmlui/handle/bdtse/7332 pt_BR <a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0/deed.pt_BR"><img alt="Licença Creative Commons" style="border-width:0" src="https://i.creativecommons.org/l/by-sa/4.0/88x31.png" /></a><br />Este item está licenciado com uma Licença <a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0/deed.pt_BR">Creative Commons Atribuição-CompartilhaIgual 4.0 Internacional</a>. 145 f. São Paulo
institution TSE
collection TSE
language Português
topic Participação política
Democracia
Cultura política
Brasil
Argentina
spellingShingle Participação política
Democracia
Cultura política
Brasil
Argentina
Cantoni, Stefania Lapolla
Participação política não eleitoral na Argentina e no Brasil : (O que) mudou nas últimas décadas?
description Traz um estudo sobre um tema importante para a qualidade da democracia, especialmente para novas democracias, como são o Brasil e a Argentina, qual seja, a participação política não eleitoral, materializada em abaixo-assinados, manifestações, greves, boicotes e atividade partidária. Distintas teorias buscam entender os determinantes que levam os indivíduos a se envolverem nesses modos de participação, dentre os quais destacam-se as características individuais, a cultura política, a experiência com o sistema político e a racionalidade da ação. Diante disso, o objetivo é investigar a dinâmica da participação política desses países nos últimos vinte anos, visando explicar como se relacionam fatores sociodemográficos, políticos, econômicos e de cultura política com as diferentes modalidades de participação, assumindo-se que qualquer mudança que mexa nesse conjunto de fatores, junto com o funcionamento efetivo da democracia, afeta também as percepções e comportamentos dos indivíduos, fornecendo as bases para uma reaproximação dos cidadãos com o sistema politico e tornando-os mais críticos acerca do que demandam da democracia. Para isso, no primeiro capítulo revisa-se o debate teórico a respeito dos condicionantes da participação, lançando mão das abordagens clássicas da cultura política e daquelas que defendem uma mudança rumo a sociedades pós-materialistas, críticas e comprometidas politicamente; das perspectivas que focam nos fatores político-institucionais; das abordagens que levam em conta os recursos para participar; e da teoria da escolha racional. Reconhecendo a necessidade de se considerar a realidade das sociedades onde a participação política ocorre, no segundo capítulo identificam-se características da cultura política local e as principais mudanças estruturais ocorridas. Utilizando dados produzidos pelo projeto World Values Survey, no terceiro capítulo analisa-se empiricamente - por meio de regressão logística - como um conjunto de fatores afeta a participação em 1991, 2006 e 2013. Sem encontrar diferenças significativas entre Argentina e Brasil, foram destacados quatro pontos principais. Verificou-se a importância da educação, o interesse político e o pós-materialismo em todos os tipos de participação, o que apresenta um cenário promissor uma vez que ambos os países tendem cada vez mais à universalização da educação, fator desencadeante de um círculo virtuoso. Ainda, apesar do aumento das capacidades e a diminuição dos custos para participar, ao olhar para as motivações confirmamos a necessidade de se considerar as expectativas quanto ao funcionamento institucional, que encorajam ou desestimulam o comportamento, sendo que o bom desempenho da democracia aumenta as chances de o indivíduo participar. Terceiro, à exceção da atividade partidária, são os jovens nascidos em democracia que participam mais, e apesar de existirem várias particularidades que não se encaixam nos modelos teóricos tradicionais, confirma-se uma mudança na cultura política que traz boas notícias para a qualidade da democracia. Finalmente, a despeito de a educação, o interesse e as preferências ideológicas - especialmente de esquerda - afetarem positivamente todas as modalidades de participação, verifica-se que há diferenças entre elas, sendo que os abaixo-assinados e as manifestações foram as melhor explicadas pelos nossos modelos, sugerindo que nos outros tipos pesaram mais os fatores contextuais.
author2 Moisés, José Álvaro
format Dissertação
author Cantoni, Stefania Lapolla
title Participação política não eleitoral na Argentina e no Brasil : (O que) mudou nas últimas décadas?
title_short Participação política não eleitoral na Argentina e no Brasil : (O que) mudou nas últimas décadas?
title_full Participação política não eleitoral na Argentina e no Brasil : (O que) mudou nas últimas décadas?
title_fullStr Participação política não eleitoral na Argentina e no Brasil : (O que) mudou nas últimas décadas?
title_full_unstemmed Participação política não eleitoral na Argentina e no Brasil : (O que) mudou nas últimas décadas?
title_sort participação política não eleitoral na argentina e no brasil : (o que) mudou nas últimas décadas?
publisher São Paulo
publishDate 2020
url http://bibliotecadigital.tse.jus.br/xmlui/handle/bdtse/7332
_version_ 1816179165497393152
score 12,587216