Resumo: |
Discute a natureza das esquerdas que ascenderam ao poder na América do Sul desde
o final dos anos 1990 e as suas implicações para a estabilidade e os padrões de governança na
região. A partir da análise de 13 governos em 8 países - Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Equador,
Paraguai, Uruguai e Venezuela - discutimos em que medida a dimensão da estabilidade é uma
condição suficiente no que tange à capacidade das democracias sul-americanas adotarem políticas
que promovam desenvolvimento econômico e social. A principal hipótese deste trabalho é que a
percepção da estabilidade está relacionada com o nível de estruturação do sistema partidário. Os
resultados indicam que 1) estabilidade política varia conforme o nível de estruturação dos sistemas
partidários e 2) não obstante o primeiro resultado, estabilidade política não é uma condição
suficiente para a governança democrática, posto que mesmo nos países de menor estabilidade
política os governos de esquerda tem sido hábeis na implementação de políticas - aumento das
taxas de crescimento da economia, aumento do gasto social, aumento do IDH, redução da pobreza
extrema e redução da taxa de desemprego - que melhoram as condições de vida da população.
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