Resumo: |
Entre 2000 e 2016, a participação das mulheres nos legislativos municipais no país aumentou de 11,5% para 13,5%. Mas este aumento não foi uniformemente distribuído por todo território nacional. Essa newsletter analisa dados descritivos sobre a taxa de eleição das mulheres para o cargo de vereadora, relacionando a dois aspectos demográficos: (a) tamanho do município; (b) região do país. Descobrimos que, ao contrário do postulado como nossa hipótese, as chances eleitorais das mulheres são inversas ao tamanho da cidade. Cidades até 20 mil eleitores são onde elas mais se elegem, seguido, respectivamente, pelas faixas 20 a 50 mil, de 50 a 200 mil e, por último, mais de 200 mil eleitores. Este padrão se mantém inalterado de 2000 até 2016. O fato deste padrão se manter por todas as cinco eleições indica ser uma característica do sistema. Já no item região percebemos algumas mudanças no período analisado. Nordeste e norte são as regiões onde as mulheres mais se elegeram vereadoras, enquanto o Sudeste, durante todo o período, se mantém estável na última colocação, como o lugar no país que menos elege mulheres. A mudança mais visível no período foi da região sul, que até 2008 se assemelhava ao sudeste, mas desde 2008 aumentou a porcentagem de mulheres eleitas, passando a ocupar a segunda colocação em 2016. Por fim, sugerimos que os dados parecem indicar que a explicação para tais padrões pode residir em outras variáveis, como grau da competição política, custo de campanha, acesso a recursos financeiros e outros aspectos já estudados por outros pesquisadores.
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