Resumo: |
Apresentação, análise e discussão das definições programáticas e dos traços organizativos da Liga
Socialista Independente / LSI, principalmente no que tange ao seu posicionamento diante das propostas gerais da política
desenvolvimentista e nos seus traços institucionais relativos à
autonomia organizativa e democracia interna.Buscamos neste
trabalho cumprir os seguintes objetivos: 1) Exame dos princípios
programáticos mais gerais e o debate das definições programáticas
para a situação política brasileira, que se encontram definidos
nas fontes documentais analisadas. a; 2) A caracterização dos
traços organizativos definidos em Estatuto, considerando que
tais traços são mais reveladores da existência de um projeto
do que de uma identidade forjada na prática concreta da ação
político-partidária da LSI. 3) A análise crítica das escolhas feitas
pela Liga, levando em conta a formação social da sua militância
e as limitações e possibilidades institucionais à sua disposição.
Como fontes, utilizamos todos os números publicados do Ação
Socialista, jornal e veículo central da Liga; o Projeto de Programa
e Estatutos, formulado e aprovado por unanimidade quando da
fundação da agremiação, em 1956 e o depoimento de Michael
Löwy, ex-militante da LSI. Os resultados foram obtidos a partir
da comparação com as duas outras agremiações de extremaesquerda
que lhes eram contemporâneas: o trotskista Partido
Operário Revolucionário (POR) e o Partido Comunista do Brasil
(PCB). Concluímos que os traços organizativos fundamentais da
Liga- grande margem de autonomia em relação às instituições
externas e uma democracia interna significativa / possibilitou à LSI
uma formulação programática bastante original, especialmente se
comparada às propostas dos demais partidos da esquerda marxista.
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