Resumo: |
Apresenta dados de pesquisa que avaliou dez anos da política de cotas no
Brasil, discutindo novos aspectos associados à influência de fatores institucionais sobre
os resultados dessa política. A análise se vale da comparação estatística entre períodos
eleitorais, procurando mostrar empiricamente algumas relações entre variáveis do sistema
eleitoral, com base em comparação entre os estados brasileiros, que constituem também
os distritos eleitorais. Com isso, visa a ir além das análises comparativas mais gerais e a
fornecer evidências ainda pouco exploradas em relação às unidades federativas brasileiras.
O texto questiona e problematiza as explanações que imputam os resultados da política
de cotas, sobretudo, aos preconceitos e resistências dos partidos, e argumenta em favor
da necessidade de análises que se sustentem nas categorias sociológicas de instituições,
de agência e de agente, baseando-se menos em inferências fundadas em discursos
pré-estabelecidos. Finalmente, o artigo apresenta algumas conclusões e aponta para
possíveis desdobramentos da pesquisa.
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