A (sub)representação feminina nas eleições de 2016

As eleições de 2016 foram um marco para a representação política feminina na cidade de São Paulo. Pela primeira vez foram eleitas 11 vereadoras, o que representa um total de 20% das cadeiras da Câmara Municipal, caracterizando a maior bancada feminina da história do município. Em 2012, apenas 5 mulh...

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Autor principal: Sanchez, Beatriz Rodrigues
Outros Autores: Tribunal Superior Eleitoral
Tipo de documento: Artigo
Idioma: Português
Publicado em: 2019
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Resumo: As eleições de 2016 foram um marco para a representação política feminina na cidade de São Paulo. Pela primeira vez foram eleitas 11 vereadoras, o que representa um total de 20% das cadeiras da Câmara Municipal, caracterizando a maior bancada feminina da história do município. Em 2012, apenas 5 mulheres haviam sido eleitas. Entre 1952 e 2017 foram eleitas, no total, apenas 44. Considerando que as mulheres representam mais de 50% da população paulistana, é possível constatar um cenário de sub-representação feminina na cidade, que não é muito diferente nas outras instâncias legislativas do país, seja no nível municipal, estadual ou federal. Partindo deste contexto, o objetivo deste artigo é apresentar um panorama da atual situação da representação política das mulheres na cidade de São Paulo e entender as causas da sub-representação feminina em nosso país. Para isso, em primeiro lugar, será apresentada uma discussão teórico-normativa sobre por que as mulheres devem ser representadas na política institucional. Em seguida, veremos como a divisão sexual do trabalho opera na exclusão política das mulheres e como uma perspectiva interseccional é fundamental para o entendimento das desigualdades políticas. Por fim, serão elencados alguns dos mecanismos institucionais que contribuem para a perpetuação da sub-representação das mulheres nos espaços da política institucional.