| Resumo: |
Tem dois objetivos principais: i) demonstrar a valorização de uma competência econômica associada a um discurso de "gerenciamento" dentro do espaço político brasileiro e ii) relacionar este "trunfo" com os recursos sociais de origem familiar e trajetória profissional anterior a candidatura política. O universo de pesquisa foi composto dos 4 casos que seguem: 1) Alexandre Kalil, filiado ao Partido Humanista da Solidariedade (PHS) e prefeito de Belo Horizonte (MG); 2) Carlos Amastha, filiado ao Partido Socialista Brasileiro (PSB) e está no segundo mandato consecutivo como prefeito de Palmas (TO); 3) Hildon Chaves, filiado ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e prefeito de Porto Velho (RO); por último 4) João Dória, também filiado ao PSDB e atual prefeito de São Paulo (SP). Todos estes casos, além da atual posição política, também declararam a profissão de empresário. Os resultados apontam para um fortalecimento de um discurso de negação da política, valorizando assim uma lógica de se fazer política como "gestão" de recursos públicos, associada a uma competência empresarial ou econômica da figura do manager. A partir dessa configuração política é possível demonstrar um "uso" estratégico de recursos advindos do espaço econômico, como forma de legitimação de candidaturas e de competência para se desempenhar os cargos políticos. Por sua vez, a capacidade de mobilização desses recursos, está condicionada a origens e trajetórias sociais específicas, sendo mais bem-sucedidas conforme a posição social global mais elevada de cada agente.
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