Resumo: |
Analisa comparativamente os impactos das variáveis sistêmicas (ou ambientais) sobre a party membership de Brasil e México em contexto subnacional (estados). Ambos os
países apresentam organizações partidárias multinível, elevados níveis de filiação (11% e
8,3% do eleitorado) e também partilham semelhanças tanto institucionais (presidencialismo, federalismo e multipartidarismo) como econômicas (profundas assimetrias regionais e de renda). Há três frameworks explicativos principais sobre os fatores que impactam na filiação: o mais disseminado, vinculado à teoria da modernização, destaca a influência de elementos socioeconômicos e o acesso à informação política. O segundo, também vinculado ao paradigma da modernização, destaca o estabelecimento dos vínculos clientelistas na relação partidos, Estados e sociedade (Norris, 2002). O terceiro destaca a influência das variáveis institucionais, como tipos de regime, governo, ciclos eleitorais e a polity size (Janda e Harmel, 1982; Bartolini 1988; Weldon 2006; Ribeiro e Locatelli, 2016). As hipóteses são: a) quanto maior a polity subnacional, menor o nível de filiação; b) quanto maior a quantidade de funcionários públicos e de political appointees no estado, maior o nível de filiação, devido ao fenômeno da patronagem; c) estados que apresentam menores PIB per capita, IDH e acesso à televisão possuem maiores níveis de filiação, devido à predominância do clientelismo e de formas tradicionais de campanha. Realizando testes estatísticos a partir de dados oficiais, o
paper conclui que nenhum dos modelos teóricos, isoladamente, é capaz de explicar as
variações nos níveis de filiação. Os fatores contextuais, explorados aqui, devem ser
complementados por variáveis organizacionais (party-level) e no nível individual (surveys).
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