Resumo: |
Analisa o papel desempenhado pela mídia impressa durante os meses que precederam o afastamento definitivo de Dilma Rousseff da Presidência da República em 31 de agosto de 2016. Partiu-se da ideia de que a mídia é um ator central no jogo político e neste caso em específico, seu desempenho foi fundamental para o desfecho ocorrido. A mídia aqui está sendo entendida como um ente que influencia e é influenciado pelo jogo político e pelas relações de poder aí estabelecidas. Ainda que o campo da política e o campo midiático resguardem sua autonomia, são evidentes as interferências mútuas entre eles, conforme já destacou Pierre Bourdieu (1989) e sua Teoria dos Campos. Entendeu-se assim, que a mídia constrói e reconstrói significados sociais e tem uma particular capacidade de amplificá-los para o conjunto da sociedade. Entretanto, também
propôs-se lançar um olhar de gênero sobre o material produzido pela mídia no referido
período. Para dar conta da presente proposta, a análise se concentra em dois importantes
jornais brasileiros, Folha de São Paulo e O Globo, publicados entre abril e setembro de 2016. Através da metodologia quali-quanti as matérias desses jornais (reportagens, editoriais) são contabilizadas e categorizadas para posterior tratamento analítico. A análise dos dados levou em conta as contribuições da Teoria Crítica Feminista, assim como os trabalhos de Pierre Bourdieu (1989), Patrick Champagne (1998), Venício A. de Lima (1996), entre outros estudos sobre Comunicação Política.
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