Resumo: |
No ano de 2010, Jaques Wagner candidatou-se a à reeleição do governo do Estado da
Bahia e Dilma Rousseff à presidência da República Federativa do Brasil, ambos pelo Partido
dos Trabalhadores (PT). Para alcançar o feito do ganho das eleições, um caminho distante da
vitória foi iniciado, pois a luta para persuadir o eleitor de que os candidatos apresentados eram
a melhor opção de voto requeria a utilização de muitas estratégias. Uma delas foi a de colocar
em cena os apoiadores comuns e os apoiadores de prestígio da campanha, entendidos
como aqueles que argumentavam em favor do candidato, visando dele construir uma boa
imagem, bem como provocar efeitos patêmicos no eleitor a fim de que essa construção
argumentativa culminasse no ganho de votos. Entendendo que os apoiadores constituíam
uma estratégia argumentativa do contrato político-eleitoral, foi iniciada a pesquisa que
culminou na presente dissertação, na qual foi realizada a análise de quatro vídeos de
campanha eleitoral, sendo dois da candidata Dilma Rousseff e dois do candidato Jaques
Wagner. Esse corpus foi selecionado por ter sido visto como o que apresentava uma maior
diversidade de apoiadores de prestígio, já que a análise foi concentrada no papel que esses
apoiadores desempenharam nas propagandas, bem como por terem sido os vídeos nos quais
se percebeu uma maior utilização daquele que seria o principal apoiador de prestígio das
propagandas eleitorais desses candidatos: o Presidente em exercício na época, Luís Inácio
Lula da Silva. Para que se analisasse a forma pela qual os apoiadores eram utilizados na
campanha recorreu-se à Teoria Semiolinguística, procurando, com isso, delimitar a situação e
o contrato de comunicação a serem analisados, assim como à Análise Argumentativa no
Discurso, a partir de Amossy (2010) e Lima (2006), de forma a empreender uma leitura dos
vídeos baseada no entendimento da argumentação como uma parte integrante do discurso.
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