Resumo: |
Avalia a instituição do voto compulsório, proporcionando novas estimativas para os efeitos da obrigação de votar sobre os indivíduos. A estratégia de identificação se baseia no sistema dual em vigor no Brasil - voluntário e compulsório - sendo a exposição determinada pela data de nascimento. Usando as metodologias de RD e VI, e dados de uma pesquisa coletada especificamente para este estudo, conclui-se que esta legislação leva a um aumento significante na participação política através do voto. Este aumento é acompanhado por uma elevação considerável na probabilidade de os cidadãos expressarem preferência por um partido político, mas não no seu nível de conhecimento sobre política. Além disto, conclui-se que a primeira experiência de voto afeta permanentemente as preferências dos indivíduos. A segunda parte da tese analisa
empiricamente episódios de calote da dívida soberana. Alguns dos aspectos fundamentais da
literatura teórica sobre o assunto, incluindo a previsão de que quase todos os calotes deveriam
ocorrer em "Períodos Ruins", não são confirmados pelos dados: mais de 38% dos calotes
ocorrem em "Períodos Bons", sob a definição do filtro HP. Explora as características de
cada tipo de calote e apresenta evidência econométrica de que calotes na dívida externa
em períodos bons em geral podem ser explicados por três componentes: (i) mudanças no
ambiente político, (ii) aumentos nas taxas de juros internacionais e (iii) instâncias em que o
filtro HP classifica um período como bom ainda que a real situação econômica seja bastante
negativa. Por fim, apresenta alguns resultados que sugerem que a duração do episódio de
calote não depende substancialmente do tipo de calote em questão, mas sim do ambiente em
que o calote ocorre. Tal resultado abre caminho para novas pesquisas sobre o acesso a
mercados internacionais de crédito após calotes. A terceira parte da tese trata da questão de
contribuições de campanha em troca de favores políticos (esquema conhecido como "pay-to-play").
Propõe-se um jogo simples para modelar os incentivos de partidos políticos e firmas de setores intensos em receitas públicas, e testa as implicações deste modelo usando dados de doações de campanhas e contratos públicos do Brasil. Os dados confirmam a hipótese de pay-to-play.
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