| Resumo: |
Uma longa viagem rumo ao desconhecido, estradas e rios sinuosos, meios de transporte diversos, alguns arriscados: trem; ônibus; o gaiola "Estrela Azul", que navegava pelo rio Amazonas; o voo em um avião remanescente da Segunda Guerra, o Catalina da FAB; os perigos da mata fechada em uma canoa, na parte mais impressionante da viagem, dois dias subindo o rio Cururu, afluente do Tapajós, até o interior da floresta, para um contato direto com os Munduruku.
Parecem os ingredientes de uma história de aventura, mas é muito mais que isto. É o relato do difícil, mas possível, encontro harmonioso do "homem branco" com aqueles que talvez sejam as maiores vítimas da "civilização" brasileira: os índios. Eram tempos difíceis aqueles, nos anos 70, em plena ditadura militar, quando os Manduruku, povo conhecido por usa tradição guerreira, já se viam abandonados pelas políticas governamentais e ameaçados pelo avanço de fazendeiros e madeireiros sobre seu território.
Nesta deliciosa narrativa, o autor relembra detalhes dos dias que passou numa aldeia muito distante da "civilização" e ajuda a desvendar um pedaço mágico e misterioso de nosso país, escondido em meio à imensidão da Floresta Amazônica.
A beleza, a sabedoria e também a dor dos Munduruku são representadas no livro pro um de seus chefes, Tawé, homenageado no título da obra.
"Tawé, Nação Munduruku - uma aventura na Amazônia" tem a virtude das grandes histórias, aquelas que não se consegue parar de ler e que deixam o leitor numa ponta de tristeza porque chegaram ao fim. Tem, ainda, a vantagem de ser o relato verdadeiro de uma viagem fantástica, que leva o leitor pra dentro de um mundo que a maioria de nós não terá a felicidade de ver de perto. Por meio dessa narrativa, no entanto, é como se lá estivéssemos, ao lado de Tawé e do seu povo.
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