Promovendo escassez ou cortejando abundância? : entendendo a resiliência da máquina eleitoral na governança urbana
Uma das características persistentes de uma crise financeira é a falta de recursos para todo tipo de agentes e interesses em competição. Na esfera política, uma crise financeira pode diminuir a capacidade dos partidos de praticar clientelismo, mas também ocasionará oportunidades para os mesmos de ti...
Autor principal: | Canares, Michael P. |
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Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | Português English |
Publicado em: |
2017
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Assuntos: | |
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Resumo: |
Uma das características persistentes de uma crise financeira é a
falta de recursos para todo tipo de agentes e interesses em competição. Na
esfera política, uma crise financeira pode diminuir a capacidade dos partidos
de praticar clientelismo, mas também ocasionará oportunidades para os
mesmos de tirar vantagens sobre a crescente escassez, transformando-a
em vantagens políticas futuras. Baseando-se no argumento de duas
persuasivas obras literárias Rainbow s End (1987), de Steven P. Erie, e
Patronage, Power, and Poverty in Southern Italy (1982), de Judith Chubb,
este artigo tenta responder a questão sobre qual seria o comportamento
político mais apropriado da máquina eleitoral quando confrontada com
recursos insuficientes e demanda considerável por parte dos eleitores. Este
artigo argumenta que se o controle local encontra-se nas mãos da máquina
política num estado de monopólio e o eleitorado é caracterizado por extrema
pobreza e exclusão das decisões políticas, administrar a escassez perpetuará
a máquina naturalmente. Por outro lado, se o controle das políticas locais
participa de dura competição, enquanto a sociedade é fragmentada em
condições socioeconômicas nas quais alguns conseguem pagar por melhores
condições e outros não, a máquina eleitoral, com mais recurso e sendo
capaz de capturar uma significante base de apoio, provavelmente sair-se-á
melhor e durará mais que as demais. |
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