Por que Dilma de novo? Uma análise exploratória do estudo eleitoral brasileiro de 2014

Realiza uma análise exploratória acerca dos determinantes do voto para presidente nos dois turnos de 2014, com base nos resultados do Estudo Eleitoral Brasileiro (ESEB). A partir dos achados mais relevantes da ampla literatura recente sobre o tema, esboça um modelo geral de explicação do voto para p...

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Principais autores: Amaral, Oswaldo E. do, Ribeiro, Pedro Floriano
Outros Autores: Tribunal Superior Eleitoral
Tipo de documento: Artigo
Idioma: Português
Publicado em: 2020
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Resumo: Realiza uma análise exploratória acerca dos determinantes do voto para presidente nos dois turnos de 2014, com base nos resultados do Estudo Eleitoral Brasileiro (ESEB). A partir dos achados mais relevantes da ampla literatura recente sobre o tema, esboça um modelo geral de explicação do voto para presidente, com 15 variáveis que cobrem explicações contextuais, sociodemográficas, de avaliação retrospectiva/prospectiva, sociotrópica/egotrópica e de identidade política. As variáveis foram inseridas em um modelo logístico multinomial, no primeiro turno (voto em Dilma, Aécio ou Marina), e em um modelo binário no segundo turno (voto em Dilma ou Aécio). Os resultados apontam o caráter retrospectivo do comportamento do eleitor na última eleição presidencial: a avaliação em relação à gestão de Dilma Rousseff se mostrou um ótimo preditor do voto, em ambos os turnos. O julgamento sobre o desempenho do governo esteve dissociado, no entanto, da avaliação sobre a situação econômica do país, sugerindo que a percepção sobre outras políticas públicas deve ter impulsionado a avaliação positiva da gestão. A identificação partidária se confirmou como importante atalho cognitivo, o Bolsa Família teve efeitos significativos apenas no segundo turno e as variáveis sociodemográficas se mostraram pouco relevantes. O caráter retrospectivo do comportamento do eleitor, recompensando ou punindo o candidato do governo a partir da análise de seu desempenho, mostra-se um fator mais complexo do que se supunha, na medida em que não se restringe à avaliação do cenário econômico ou à participação direta nos programas de transferência de renda.