Resumo: |
Propõe um modelo para explicar o processo mediante o qual os jovens se tornam
cidadãos participativos. Veremos que ele ocorre de duas formas complementares. A
primeira é a transmissão imediata, embora, em grande medida, estimulada por efeitos
indiretos, das rotinas participativas. A segunda depende de um processo de longa
duração, gerando a participação como efeito tardio. Acreditamos que, ao incluir efeitos
diretos, indiretos e tardios, o nosso modelo é capaz de explicar porque e de que forma os
ambientes familiar e escolar afetam a participação política do jovem. Em termos mais
específicos, o estudo mostra que a participação política dos pais é a forma mais eficaz de
se "ensinar" participação política aos filhos. Em relação às condições sócio-econômicas
da família, embora não transmitam participação aos filhos, são elas que criam condições
mais ou menos favoráveis para o envolvimento dos pais em atividades participativas. O
ambiente familiar, juntamente com o ambiente escolar, também age sobre a motivação do
jovem para participar de atividades políticas. Jovens mais propensos a participar são
aqueles que, mais tarde, serão mais receptivos aos "convites" de participação política na
vida adulta. No conjunto, os dados apontam associação entre a reprodução
intergeracional da desigualdade social e da desigualdade política. Para testarmos o nosso
modelo, realizamos um survey com alunos do ensino médio de Belo Horizonte. Jovens
de 14 escolas da rede pública e privada de Belo Horizonte foram entrevistados.
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