Resumo: |
Não há um consenso claro sobre se as atitudes de apoio à democracia, de um lado, e a cidadania democrática,
de outro, constituem um único domínio atitudinal, ou se são empiricamente distintas uma da outra. Em estudos
empíricos de atitudes e comportamentos na Bulgária, Chile, Grécia, Hong Kong, Hungria, Itália, Espanha e
Uruguai, encontramos provas claras de que essas atitudes são conceitual e empiricamente distintas, formando
três dimensões atitudinais diferentes: apoio difuso à democracia, satisfação com o desempenho da democracia e
indiferença política (que podem ser divididas ainda nos clássicos clusters interno e externo de eficácia).
Esses três grupos têm correlatos comportamentais bem diferentes: a insatisfação leva a votos contra o partido
que está no poder; uma falta de apoio difuso ao sistema está associada ao voto nos partidos antidemocráticos; e
a indiferença leva a um baixo envolvimento dos cidadãos na política democrática. Não encontramos provas
consistentes de que o apoio difuso à democracia (um componente chave da legitimidade do regime) dependa da
satisfação com o desempenho da democracia.
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