Resumo: |
Analisa, a partir de dados agregados em nível municipal
e estadual, a evolução da alienação eleitoral do Brasil e em especial dos municípios paulistas, entendida tanto a partir do não comparecimento (abstenção)
eleitoral, quanto da decisão de votar em nulo ou branco (voto inválido), e
seus principais determinantes. Em primeiro lugar, descrevemos a evolução da
alienação por tipo de pleito, ano e unidade da federação e, em seguida, analisamos
os determinantes da alienação eleitoral dos municípios paulistas por meio de
análise com dados em painel. Os resultados indicam importantes contribuições
para a literatura. A alienação não é maior nos grandes centros eleitorais; não existe
mudança qualitativa no padrão de alienação nas últimas eleições; e as eleições
mais próximas do eleitor são menos alienadas. Os padrões regionais, por sua
vez, diferem na lógica de alienação. Nos estados do centro - Sul, sobretudo no
Sudeste -, a taxa de abstenção é menor, mas a taxa de anulamento (votos inválidos)
é maior; já nos estados do Norte a taxa de abstenção é maior. Finalmente,
encontramos evidências consistentes que o analfabetismo aumenta tanto o não
comparecimento quanto a opção por votos brancos ou nulos, enquanto os fatores
geográficos e demográficos não são importantes determinantes da alienação.
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