Eleitor consumidor : a tutela da boa-fé na reforma eleitoral que ainda não veio

A apreensão do fenômeno político pelo Direito, em primeira mão pelo Direito Constitucional e mais tarde pelo Direito Eleitoral, conduz ao encontro de institutos que no Direito Privado são mais bem trabalhados do que no Direito Público. Um exemplo é a tutela jurídica da boa-fé que, em certo grau, per...

ver mais

Principais autores: Knoerr, Fernando Gustavo, Séllos-Knoerr, Viviane Coêlho de
Outros Autores: Tribunal Superior Eleitoral
Tipo de documento: Capítulo de livro
Idioma: Português
Publicado em: Tribunal Regional Eleitoral do Paraná 2018
Assuntos:
Obter o texto integral:
id oai:bdjur.stj.jus.br.livros_digitais:oai:localhost:bdtse-5112
recordtype tse
spelling oai:bdjur.stj.jus.br.livros_digitais:oai:localhost:bdtse-51122019-12-12 Eleitor consumidor : a tutela da boa-fé na reforma eleitoral que ainda não veio Knoerr, Fernando Gustavo Séllos-Knoerr, Viviane Coêlho de Tribunal Superior Eleitoral Eleitor Eleições Direito eleitoral Reforma eleitoral A apreensão do fenômeno político pelo Direito, em primeira mão pelo Direito Constitucional e mais tarde pelo Direito Eleitoral, conduz ao encontro de institutos que no Direito Privado são mais bem trabalhados do que no Direito Público. Um exemplo é a tutela jurídica da boa-fé que, em certo grau, permeia ramos do Direito do Estado como o direito administrativo ao aplicar a teoria da aparência para tutelar a boa-fé de terceiros diante de atos praticados por funcionário de fato. No Direito Eleitoral, por sua vez, a tutela jurídica da boa-fé - com o tímido avanço legislativo visto na exigência do arquivamento das propostas de campanha (e de mandato) como requisito para registro de candidatura - avança-se nessa direção com a instituição de parâmetro objetivo para controle do conteúdo da propaganda eleitoral e do cumprimento do mandato, pois, se destoantes das propostas apresentadas e arquivadas, poderão conduzir à prova da má-fé do candidato/mandatário que se comportar de forma diversa ou até contrária. Para além da concepção da proposta que obriga o proponente, vê-se na tutela das relações de consumo um dispositivo que relaciona propaganda, manifestação de vontade e boa-fé, autorizando analogia com o caminho que pode ser trilhado, mutatis mutandis, pelo Direito Eleitoral na busca da reforma política que ainda não veio, privilegiando o eleitor ao albergar o espaço de autonomia da escolha bem informada e amparada pela confiança nas propostas de campanha. The apprehension of the political phenomenon by the Law, first by the Constitutional Law and later by the Electoral Law, leads the meeting among institutes which are better developed in Private Law than in Public Law. An example is the legal protection of good faith that, somehow, prevails in State Law branches as when the Administrative Law applies the appearance theory to tutor others' good faith before acts practiced by an employee. In Electoral Law, on the other hand, the legal protection of good faith - with the little legislative advance seen in the demand of the filing campaign (and mandate) proposal as a requirement to the candidate registration - advances in this direction with the objective guideline institutions to control the campaign advertising contents and the performance mandate, because, if different of the presented and filing proposals, they may lead to the evidence of bad-faith of the candidate/agent mandatory who behaviors in a discordant or opposite way. In addition to the conception of the proposal that forces the proponent, it's seen on the tutor of consumption relations a device that relates advertising, declaration of intent and good faith, permitting an analogy with the path that must be taken, mutatis mutandis, by the Electoral Law in the search of the political remodeling that never happened, granting privileges to the elector while sheltering the autonomy space of the choice well informed and supported by confidence on the campaign proposals. 2018-08-27T21:25:38Z 2018-08-27T21:25:38Z 2016 Capítulo de livro KNOERR, Fernando Gustavo; SÉLLOS-KNOERR, Viviane Coêlho de. Eleitor consumidor: a tutela da boa-fé na reforma eleitoral que ainda não veio. In: KEPPEN, Luiz Fernando Tomasi; SALGADO, Eneida Desiree (Orgs.). Direito eleitoral contemporâneo: 70 anos da redemocratização pós-ditadura Vargas e da reinstalação da Justiça Eleitoral. Curitiba: Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, 2016. p. 31-41. http://bibliotecadigital.tse.jus.br/xmlui/handle/bdtse/5112 pt_BR Direito eleitoral contemporâneo : 70 anos da redemocratização pós-ditadura Vargas e da reinstalação da Justiça Eleitoral / Eneida Desiree Salgado; Luiz Fernando Tomasi Keppen (Orgs.) http://bibliotecadigital.tse.jus.br/xmlui/handle/bdtse/5101 <a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt_BR"><img alt="Licença Creative Commons" style="border-width:0" src="https://i.creativecommons.org/l/by-nc-nd/4.0/88x31.png" /></a><br />Este item está licenciado com uma Licença <a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt_BR">Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional</a>. 11 p. Tribunal Regional Eleitoral do Paraná Curitiba
institution TSE
collection TSE
language Português
topic Eleitor
Eleições
Direito eleitoral
Reforma eleitoral
spellingShingle Eleitor
Eleições
Direito eleitoral
Reforma eleitoral
Knoerr, Fernando Gustavo
Séllos-Knoerr, Viviane Coêlho de
Eleitor consumidor : a tutela da boa-fé na reforma eleitoral que ainda não veio
description A apreensão do fenômeno político pelo Direito, em primeira mão pelo Direito Constitucional e mais tarde pelo Direito Eleitoral, conduz ao encontro de institutos que no Direito Privado são mais bem trabalhados do que no Direito Público. Um exemplo é a tutela jurídica da boa-fé que, em certo grau, permeia ramos do Direito do Estado como o direito administrativo ao aplicar a teoria da aparência para tutelar a boa-fé de terceiros diante de atos praticados por funcionário de fato. No Direito Eleitoral, por sua vez, a tutela jurídica da boa-fé - com o tímido avanço legislativo visto na exigência do arquivamento das propostas de campanha (e de mandato) como requisito para registro de candidatura - avança-se nessa direção com a instituição de parâmetro objetivo para controle do conteúdo da propaganda eleitoral e do cumprimento do mandato, pois, se destoantes das propostas apresentadas e arquivadas, poderão conduzir à prova da má-fé do candidato/mandatário que se comportar de forma diversa ou até contrária. Para além da concepção da proposta que obriga o proponente, vê-se na tutela das relações de consumo um dispositivo que relaciona propaganda, manifestação de vontade e boa-fé, autorizando analogia com o caminho que pode ser trilhado, mutatis mutandis, pelo Direito Eleitoral na busca da reforma política que ainda não veio, privilegiando o eleitor ao albergar o espaço de autonomia da escolha bem informada e amparada pela confiança nas propostas de campanha.
author2 Tribunal Superior Eleitoral
format Capítulo de livro
author Knoerr, Fernando Gustavo
Séllos-Knoerr, Viviane Coêlho de
title Eleitor consumidor : a tutela da boa-fé na reforma eleitoral que ainda não veio
title_short Eleitor consumidor : a tutela da boa-fé na reforma eleitoral que ainda não veio
title_full Eleitor consumidor : a tutela da boa-fé na reforma eleitoral que ainda não veio
title_fullStr Eleitor consumidor : a tutela da boa-fé na reforma eleitoral que ainda não veio
title_full_unstemmed Eleitor consumidor : a tutela da boa-fé na reforma eleitoral que ainda não veio
title_sort eleitor consumidor : a tutela da boa-fé na reforma eleitoral que ainda não veio
publisher Tribunal Regional Eleitoral do Paraná
publishDate 2018
url http://bibliotecadigital.tse.jus.br/xmlui/handle/bdtse/5112
_version_ 1673263690730700800
score 12,455111